#Fragmentos Secretos 03




Aquele véu noturno cobriu-me os olhos e vigiei as estrelas por uma noite inteira. Nas estradas vazias caminhantes solitários e corujas desoladas, eram quase meia noite de uma semana sonolenta. Três sois de fizeram presentes naquele céu violeta. Minhas mãos carregavam o desgaste dos vários pergaminhos escritos, meus poemas e minhas estórias de vida, jamais seriam deixados para trás. 


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Se eu me esforçar mais um pouco sei que posso conseguir penetrar este escudo feito de cobre, e então você me deixaria entrar, e eu poderia sorrir junto de ti como bons e velhos amigos. Eu fico na alegria profunda quando ouço sua voz que bem baixinha vai pairando e tocando meus ouvidos. Eu só tenho a agradecer por me fazer sorrir. 

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Estamos co-penetrados calados e dormindo. Volto para o mesmo lugar de destino que enterrei aquelas sementes negras como prova de um pacto espiritual. Oras, os amigos de infância também podem ser os mais estranhos, podem ser altos como dinossauros e podem ser minúsculos como gotas de chuva. Meus amigos são queridos, deixei para cada um, uma semente, enterradas em fileiras ao lado de uma árvore centenária da cidade. Agora aquele lugar mágico mesmo que desapareça terá sempre minhas lembranças.

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Abraços inesperados, madre dea! Só os céus sabem como amo abraços inesperados que depositam em mim a harmonia. Vem como ondas de mar as nove da manhã e se saem como quebras de onda da madrugada. Sinto tanta falta dos amigos, que os abraços começam a se tornar memórias de um sonho antigo.

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Eu estava olhando da janela, era noite, noite fria de uma época que não me vem à memória. A frente daquela casa sombria, cujas folhas secas da estação passada ainda não foram varridas, que coisa arrepiante saber que alguém mora ali. Não tem luz, falta claridade, que sufocante. 


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É mais fácil desaparecer do que o contrário. Deixei todos na sala e resolvi tomar o mundo como um esconderijo.


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Todos deviam subir nas árvores, assim como macacos, eles sabem do que estou falando, eles conseguem ver o que abaixo das árvores não conseguimos. Nós vemos a terra pela visão delas, seja grande ou pequena, enxergar como uma árvore é decerto o que de mais real posso fazer no momento.


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Tem horas que odeio-te, lugar! Não me proporciona a segurança para que eu caminhe na noite sem ter a certeza que nada de ruim poderia me ocorrer. Odeio-te lugar! Devíamos ter a harmonia de Ceres, que até os terrenos não chegarem lá, é tudo como uma sala branca com uma janela para o campo. 


8 comments:

  1. ♡ lindo, um encanto

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  2. Anonymous3/10/2015

    São pequenas filosofias e memórias de tanta beleza, realmente fiquei encantada com estes fragmentos.

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    1. Mika, és sempre suspeita para falar rs..
      Te estimo <3

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  3. Fragmentos sensíveis, gostei muito :D tem um ar reflexivo e uma mar de interpretações <3

    Isso :D
    xoxo

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  4. Fragmentos muito preciosos, esses seus escritos!
    Fiquei com uma vontade que que houvesse continuação em alguns trechos mas deixei que minha mente e criatividade tomasse conta de onde esperava mais detalhes. Dá um pouco de ansiedade saber de alguns personagens... Mas isso não é ruim - reitero- é absolutamente saudável à inspiração.
    De qualquer forma, cada pedacinho do que escreveu renderia mais um conto. Cada um! Leve isso como um conselho de alguém que lhe estima sinceramente. <3
    Você é sempre muito querida, Anite!

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    1. Gabi, tu também és muito querida para mim. E como exposto acima, são apenas ''fragmentos'' de pequenos contos ou escritos de diários. Um belo dia irei escrever meus contos inteiros para que possam ler, só que no momento penso que eles não sejam tão bons. (:

      Eu agradeço suas palavras tão gentis, és uma alma querida. E saiba que admiro e estimo também as coisas que escreves minha amiga.

      <3

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